sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Contra a violência policial. Todo apoio e solidariedade a Reginaldo!


 
Horas antes de iniciar o seminário de organização do Movimento Quilombo Raça e Classe- ontem dia 30 de agosto, fomos surpreendidos com o telefonema de Reginaldo, também conhecido como Sonianke do grupo de Rap “Dialeto Preto” e também militante do Quilombo Urbano. Reginaldo que faria uma participação cultural durante o seminário relatou que chegou ao local onde aconteceria o evento com bastante antecedência e deslocou-se até a Praça Deodoro para lanchar, chegando lá deu de cara com policiais militares da blitz urbana agredindo uma senhora idosa vendedora ambulante. Reginaldo comentou que intercedeu, solicitando que os policiais parassem de agredi-la, porém como resposta foi brutalmente espancado, levado ao trailer da polícia, onde sofreu verdadeira seção de espancamento por vários policiais, que não se conformando o levaram para o Distrito policial na REFESA.
Reginaldo teve várias escoriações pelo corpo, teve seus trajes totalmente rasgados. A situação não foi pior porque muitos populares se solidarizaram, manifestando-se contra a truculência dos policiais e alguns se colocaram como testemunha no caso de abertura de processo. Reginaldo também teve apoio de militantes do Quilombo Urbano, CSP- CONLUTAS e do PSTU. 
Na delegacia foi registrado dois boletins de ocorrência- um pelos policiais agressores por desacato à autoridade e outro pela vítima por abuso de autoridade e racismo.
Esta não é a primeira vez que militantes do Quilombo Urbano são vítimas, casoscomo este são recorrentes entre negros e negras das periferias de São Luís e do Maranhão, que comumente são considerados “culpados em potencial” pela policia. Quem não se lembrar do caso emblemático de Gerô, assassinado pela polícia por conta de racismo?  Casos como este não devem ficar impunes, devem ser denunciados.
A violência revolta pela situação de humilhações, constrangimento, dor e tristeza que geram. Precisam ser denunciadas e combatidas.                                                              
O racismo tem mostrado sua a face mais cruel- a violência institucionalizada, seja pela falta de políticas públicas que assegurem os direitos essenciais ao povo negro, seja pelo extermínio de jovens e agressões cometidas por policiais, que tem crescido com o aumento de investimento na repressão, no encarceramento enas ocupações militares dos bairros pobres. Esta é a receita dos governos neoliberais para manter a segregação sócio- racial, amplia o Estado repressor e destrói o estado social.

Pelo fim da violência e do genocídio contra a população negra! 



 

Resultado do Seminário de Organização do Quilombo Raça e Classe


Axé! Axé! Axé pra todo mundo axé!
Um abraço negro, um sorriso negro traz felicidade,
negro sem sucesso, vida sem emprego ,
negro é a raiz da liberdade!
Pra quem milita pela causa negra sabe da importância e o significado dos trechos das músicas acima. Axé significa energia sagrada dos Orixás e foi com emoção e vibrações positivas que Da Guia, militante histórica do movimento negro e hoje contribui para a construção do Quilombo Raça e Classe, iniciou o nosso seminário de organização. A sábia escolha das músicas dão conta dos muitos desafios que enfrentamos cotidianamente no combate ao racismo.
Seja do ponto de vista histórico ou conjuntural, as políticas dos governos burgueses de direita e frente popular do PT são as mesmas- conduzem o nosso povo a viverem como cidadão de segunda classe, em condições sub-humanas, com políticas deliberadas de genocídio da juventude negra, violência policial, etc. Daí o nosso entendimento que o combate ao racismo passa pela autonomia dos movimentos, sem nenhuma cumplicidade com estes governos.
O seminário de organização do movimento realizado na noite de ontem (30/08) contou com expressivo número de militantes e simpatizantes e teve como objetivo refletir sobre o papel estratégico da questão racial nas lutas da classe trabalhadora, fortalecendo a ideia de que raça e classe são faces da mesma moeda.
Este debate realizado através de mini conferência por Verck, contribuiu para que demarcássemos que na sociedade brasileira a exploração e a sujeição dos negros e índios por quase quatro séculos de escravização é sim um fato de classe e raça, pois mantem até hoje os negros em situação de inferiorização- material, através das condições precárias de vida, sustentadas nas ideias preconceituosas sobre o negro em todo o seu universo cultural, traços físicos, bem como na ideologia de democracia racial com o fim deliberado de desarticular a unidade e identidade da população negra, levando a acreditar que a questão racial é secundária.
Da mesma forma, ressaltamos que há um setor do movimento negro que focaliza a centralidade da questão racial, por entender o processo de submissão a que foi condicionado à população negra, nestes termos o afrocentrismo, tem levado a debates importantes sobre a questão racial, demarcando posições que o racismo é um fato histórico, que antecede ao capitalismo.
Para nós do Quilombo Raça e Classe o racismo não atemporal, é histórico. Ele data do século XIX, durante processo de colonização europeia sobre os continentes africano e americano. Este processo utilizou-se das diferenças raciais para submeter à população negra ao modo de produção vigente, para isto foi necessário criar teorias racistas, que surgem neste período, para sustentar os domínios das elites europeias.
Entender esse processo, bem como a transformação do trabalhador negro na mercadoria mais barata para o capital é fundamental para definir nosso projeto político.
Este momento foi importante para seguir o nosso propósito de atuarmos de forma consciente e organizada da difícil tarefa que temos. Foi então discutido o calendário de lutas e elegemos a nova diretoria executiva estadual do Movimento nacional Quilombo Raça e Classe. 
Como atividade cultural tivemos a presença do Grupo de Rap Raio X do Nordeste e Dialeto Preto.
Lamentamos o triste episódio ocorrido horas antes do evento. Um dos nossos parceiros, Reginaldo, também conhecido como Sonianke do grupo de Rap Dialeto Preto e também militante do Quilombo Urbano, que participaria da programação cultural foi brutalmente espancado pela policia ao interceder junto a uma senhora vendedora ambulante que estava sendo agredida por policiais da blitz urbana. Nós do Movimento Quilombo Raça e Classe nos solidarizamos ao Camarada Reginaldo e repudiamos qualquer atitude de violência da polícia! Exigimos imediata punição aos agressores! Como deliberação do Seminário próximo dia 05 de setembro- dia em que se comemora o “Dia da Raça” faremos um ato, com concentração a partir das 15h na Praça Deodoro.

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Participe do seminário de organização do Quilombo Raça e Classe

"É um fato que a pobreza no Brasil tem cor e tem classe”.
Tal afirmação não pode ocultar a existência de um amplo contingente de pessoas pobres e extremamente pobres que não são negras. “Todavia, a maioria dos negros, não são negros porque são pobres, mas, sim, é pobre (ou mais pobre), justamente por ser negro”.

Combater o racismo é uma necessidade então não devemos nos aliar com quem nos oprime, explora como os Sarneys e seus bajuladores de plantão. Devemos nos organizar pra combater o racismo e a exploração, pra fortalecer a luta. Por isso, participe do Seminário de Organização do Quilombo Raça e Classe!!!